Reduza o Risco de Contratar Errado: Como Usar People Analytics a Seu Favor
- hunterdegrandi

- 12 de set.
- 6 min de leitura
Vamos ser diretos: contratar ainda parece um salto de fé. Você escolhe o candidato que "deu liga" e torce para acertar. O problema é que o prejuízo de um erro é enorme, afetando a produtividade e o tempo da sua equipe. Continuar apostando no "feeling" é arriscado demais. A solução é o People Analytics, a contratação baseada em dados, a ciência de transformar o "eu acho" em "os dados mostram". Este guia prático da HunterDegrandi é o seu passo a passo para construir uma máquina de contratação inteligente e segura:
O Custo do "Erro da Intuição" e a Urgência do People Analytics
Vamos falar de dinheiro. Contratar a pessoa errada custa, em média, de 6 a 12 meses do salário dela. Para um cargo de R$ 15.000, estamos falando de um prejuízo de R$ 90.000 a R$ 180.000. Esse número vem de:
Custos Diretos: Todo o dinheiro gasto no recrutamento, onboarding e, eventualmente, na demissão.
Produtividade Perdida: O tempo que a vaga ficou aberta + o tempo que o novo contratado levou para (não) atingir a performance esperada.
Impacto na Equipe: Seus melhores funcionários ficam sobrecarregados, frustrados e, pior, começam a atualizar seus próprios currículos.
Agora que a dor está clara, vamos ao remédio.
People Analytics na Prática: O Roteiro em 4 Etapas para Contratar Certo
Esqueça a teoria. Vamos ver como isso funciona no campo de batalha, desmontando cada fase do processo seletivo e reconstruindo com uma camada de inteligência.
Etapa 1: Hackeando a Vaga - A Criação do "DNA do Sucesso"
Tudo começa aqui. A maioria das descrições de vaga é um desastre: uma lista de desejos genérica que o gestor escreveu em 10 minutos. O resultado? Você atrai de tudo, menos o que precisa.
O jeito antigo (baseado em achismo):
"Preciso de um vendedor agressivo, com 5 anos de experiência em SaaS e que venha de uma empresa grande."
O jeito People Analytics (baseado em evidências): O processo é investigativo. Você vai virar um detetive de talentos.
Selecione seus Top Performers: Pegue os 3 a 5 melhores funcionários daquela mesma função. Pessoas que você clonaria se pudesse.
Faça a Análise Comparativa: Agora, mergulhe nos dados reais deles. O que eles têm em comum que os outros não têm?
Histórico de Carreira: Abra o LinkedIn deles. Você descobre que 4 dos 5 vieram de empresas menores onde tinham mais autonomia, e não de empresas grandes. Aha! Sua premissa inicial estava errada. O sucesso aqui não vem de quem seguiu processos, mas de quem os criou.
Dados de Performance: Olhe o CRM. Seus melhores vendedores não são os que fazem mais ligações, mas os que têm uma taxa de conversão maior em demos. A competência não é "agressividade", é "escuta para diagnóstico".
Competências Comportamentais: Converse com eles. Você percebe que todos são obcecados por aprender, ouvem mais podcasts do setor, leem mais livros. A competência-chave é "curiosidade intelectual".
Com essa investigação, você monta o "DNA do Sucesso". Em vez de uma lista de desejos, você tem um perfil baseado em quem realmente dá certo na sua empresa. Sua descrição de vaga muda de "procuramos um vendedor" para "procuramos um construtor de negócios curioso e com histórico de autonomia". A diferença é brutal.
Etapa 2: A Triagem que Enxerga Além do Óbvio
Agora que você sabe o que procurar, o filtro de currículos muda completamente.
O jeito antigo:
Filtrar por palavras-chave: "Formado em Adm", "Inglês Fluente", "MBA". Você joga fora 80% dos talentos que não se encaixam nesse molde.
O jeito People Analytics:
Score de Aderência: Você cria um sistema de pontos baseado no "DNA do Sucesso".
Candidato A: Não tem MBA, mas tem 3 anos de experiência em uma startup de alto crescimento (traço do seu DNA). +15 pontos.
Candidato B: Tem MBA em uma universidade de ponta, mas sempre trabalhou em multinacionais (traço que não se correlaciona com o sucesso na sua empresa). +5 pontos.
Candidato C: Tem um projeto paralelo onde criou um podcast sobre vendas (indicador de "curiosidade intelectual"). +20 pontos.
De repente, o candidato A e C, que seriam descartados no filtro antigo, vão para o topo da lista. Você para de procurar por credenciais e começa a procurar por evidências de sucesso.

Etapa 3: A Entrevista que Prevê o Futuro (A Estrela do Show)
Esta é a fase mais importante e onde a intuição mais nos trai com vieses inconscientes (como o "viés de afinidade", onde gostamos mais de quem se parece conosco). A solução é a entrevista estruturada.
O jeito antigo (o "papo de café"):
O gestor senta com o candidato e "deixa a conversa fluir". As perguntas são aleatórias. No final, a decisão é baseada em "gostei da energia dele(a)". É uma receita para o desastre.
O jeito People Analytics (o método científico): Você cria uma máquina de avaliação objetiva. É mais fácil do que parece.
Defina as Competências-Chave: Escolha as 3 competências mais importantes do seu "DNA do Sucesso". Exemplo: Resiliência, Autonomia e Curiosidade Intelectual.
Crie Perguntas Comportamentais (Método STAR): Para cada competência, crie 2 perguntas que forcem o candidato a contar uma história real (Situação, Tarefa, Ação, Resultado).
Para Resiliência: "Me conte sobre a pior negociação que você já perdeu. O que aconteceu e o que você fez na semana seguinte?"
Para Autonomia: "Descreva uma situação onde você teve que tomar uma decisão importante sem a aprovação do seu gestor. Como foi?"
Para Curiosidade: "Qual foi a última coisa que você aprendeu por conta própria que te ajudou no trabalho?"
Construa uma Régua de Avaliação (1 a 5): Isso é o segredo. Antes da entrevista, defina o que é uma resposta nota 1 e o que é uma resposta nota 5.
Pergunta da Resiliência:
Nota 1: Culpa o mercado ou o cliente. Não mostra aprendizado.
Nota 3: Descreve a situação e o que sentiu.
Nota 5: Descreve a situação, assume a responsabilidade, detalha o que aprendeu sobre seu próprio processo e explica como aplicou esse aprendizado em negociações futuras.
Todos os candidatos respondem às mesmas perguntas e são avaliados pela mesma régua, por diferentes entrevistadores. A mágica acontece quando você compara as notas. A subjetividade desaparece e o que resta é a evidência pura da competência.
Etapa 4: A Decisão Final - O Fim do "Empate Técnico"
Após as entrevistas, você tem um dashboard, não uma dúvida.
O jeito antigo:
"Ambos são muito bons, estou na dúvida... acho que vou com o Fulano, o santo bateu mais."
O jeito People Analytics:
"Vamos olhar os dados."
Candidata Ana: Score de Aderência ao DNA (88%). Nota da Entrevista Estruturada (4.7/5). Assessment Comportamental (Alta aderência).
Candidato Bruno: Score de Aderência ao DNA (72%). Nota da Entrevista Estruturada (4.3/5). Assessment Comportamental (Média aderência).
A sua intuição talvez "gostasse" mais do Bruno. Ele era um ótimo comunicador. Mas os dados mostram, de forma inequívoca, que a Ana tem um perfil muito mais alinhado com o que comprovadamente gera sucesso na sua empresa. A conversa na sala de decisão muda de "quem nós gostamos mais?" para "qual candidato possui a maior probabilidade estatística de performar?".
Pare de Apostar. Comece a Construir.
People Analytics não é sobre transformar pessoas em números. É o exato oposto.
É sobre usar os números para entender as pessoas de forma mais profunda, justa e inteligente.
É sobre honrar o potencial de cada candidato, dando a todos uma chance igual de demonstrar suas competências, livre dos nossos vieses.
Para as empresas, é a fronteira final da otimização. Você otimiza seu marketing, suas finanças, sua logística. Por que continuar tratando a aquisição do seu ativo mais importante — as pessoas — como um jogo de azar?
A intuição de um bom gestor sempre será valiosa. Mas a intuição informada por dados é invencível.
Que tal parar de torcer e começar a construir sua máquina de talentos com precisão?
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